Adopta-se como objectivo geral do Projecto “Promoção para o Sucesso”, a implementação e consolidação de práticas inovadoras, construtoras de espaços de formação integral para os alunos e ainda permitir a unidade e coerência das práticas curriculares das várias instituições escolares pertencentes ao Agrupamento, em que terá lugar a intervenção diferenciada, garantindo a interacção das actividades lectivas e não lectivas. Pretende-se que o processo de aprendizagem, dinâmico e activo, evolua no sentido dos interesses e necessidades dos discentes, permitindo assim a sua plena integração/inclusão na escola e na sociedade.
O Projecto “Promoção para o Sucesso” apresentou como objectivos específicos:
É indispensável que se realize: (1) a identificação das necessidades educativas especiais, isto é, dos obstáculos a vencer para que os alunos acedam às aprendizagens; (2) se definam os recursos a disponibilizar e o programa educativo (intervenção) a levar a efeito, bem como as medidas especiais a implementar em cada caso.
No decorrer do Projecto as escolas/agrupamentos encontrarão formas de desenvolver um trabalho de sensibilização e participação dos docentes nas acções de sensibilização e ou formação levadas a cabo para que se alcancem com sucesso evidente os objectivos a que inicialmente se propôs.
Para tal tem que se investir com determinação na sensibilização e formação dos docentes do Agrupamento, contemplando nos horários dos professores e dos alunos o espaço/tempo destinado às sessões de Intervenção Pedagógica Diferenciada e procurando-se enriquecer ainda os dossiers com a disponibilização de novos materiais específicos para trabalhar as diferentes áreas. Por implicar a realização de distintas fases: Avaliação Compreensiva/Diagnóstica individual, elaboração do Perfil do Aluno, construção do Programa Reeducativo e Intervenção Pedagógica Diferenciada, pelo menos duas vezes por semana, este é pois um Projecto que requer muito tempo, dedicação e disponibilidade dos docentes intervenientes.
Aposta-se numa Escola onde não se valorizem apenas os saberes curriculares, mas também as potencialidades de cada aluno, a sua formação integral, visando assim, o desenvolvimento de uma personalidade equilibrada, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários, tal como preconiza a Lei de Bases do Sistema Educativo.
Numa verdadeira Escola Inclusiva devemos atender ao ser humano na sua totalidade, sem omitir nenhuma das suas partes e os agentes de ensino não podem continuar a orientar-se por um “daltonismo pedagógico” centrando a sua atenção na transmissão única de conteúdos programáticos.
Contudo, é de referir que a escola actual mantém ainda características inibidoras próprias da escola tradicional, pois ao pretender ser uma escola para todos, não consegue, muitas vezes, ultrapassar a imposição curricular única, nem o professor consegue respeitar a individualidade de cada aluno, inibindo desta forma, pela pressão externa do curriculum e da sua acção, a manifestação da energia proveniente da interioridade pessoal de cada aluno. O aluno ao ser incapaz de acompanhar o processo de aprendizagem imposto reage de distintas formas, quer pela apatia relativamente à aprendizagem, quer pela indisciplina comportamental ou ainda pela agressividade em relação ao professor e aos colegas.
Estes são os motivos que levam a equipa de investigação a apresentar este Projecto.
Abordámos na revisão da literatura os principais conceitos e abordagens que no âmbito da temática em estudo, fundamentam as actuações nas escolas.
A segunda parte deste trabalho assenta na constatação empírica de que aos nossos estabelecimentos de ensino chega um grupo muito heterogéneo de alunos com especificidades diversas:
É, portanto, sobre estes últimos alunos que irá incidir o nosso estudo, uma vez que apresentam um adequado nível intelectual, não revelam qualquer deficiência sensorial, nem outros factores como distúrbios de comportamento, absentismo, ou outros, mas evidenciam uma particularidade que, segundo Kirk & Gallagher, lhes é comum: uma evidente discrepância entre as suas capacidades e o seu efectivo desempenho que resulta num grande insucesso nas realizações académicas básicas, sobretudo ao nível da leitura, da escrita e do cálculo.
Como ficou descrito atrás, vários foram os estudos e investigações realizadas por diversos autores sobre esta problemática, advindo daí conceitos diversos que se complementam.
Os alunos com D.E.A. representam uma percentagem significativa relativamente à totalidade dos alunos. Por esse facto, as D.E.A. constituem um grande desafio educacional, sobretudo porque a maior parte dos docentes não possui formação e/ou informação que permita despistar e intervir de forma adequada, no sentido da resposta a este tipo de problemas. Como consequência, verifica-se a existência de uma grande percentagem de alunos com insucesso escolar, o qual na maioria resulta das Dificuldades Específicas de Aprendizagem.
Se for realizada uma avaliação compreensiva aos alunos que manifestam D.E.A. haverá fundamentação real para a adequada intervenção pedagógica diferenciada.
Se houver intervenção pedagógica diferenciada, as dificuldades na aprendizagem sentidas pelos alunos com D.E.A. serão em certa medida ultrapassadas, com reflexo nos resultados escolares.
Para levarmos a efeito a nossa intervenção procederemos à realização da avaliação compreensiva aos alunos das diferentes turmas que manifestam dificuldades na leitura – escrita e/ou aritmética, devidas geralmente a atrasos de desenvolvimento nos domínios perceptivo, psicomotor, e psicolinguístico a que se associam, em regra, problemas de atenção e memória e de natureza emocional com reflexo na aprendizagem escolar.
No sentido da coesão irá proceder-se à correlação/integração destas metas noutros documentos existentes nas escolas como:
Atender-se-á, também, ao previsto em:
. Actas do Conselho de Turma (A.C.T.)
A necessidade de consideração destas últimas emerge no sentido de compreender qual a forma de tratamento das situações relatadas como aparentes ou efectivas, de crianças com Dificuldades Específicas de Aprendizagem (D.E.A.), bem como, para um primeiro levantamento das referidas situações, em número e tipologia.
Depois deste trabalho, proceder-se-á:
Após as fases descritas, proceder-se-á à aplicação do Guião de Avaliação Compreensiva da Criança com Dislexia (Helena Serra), que permite a análise das áreas de desenvolvimento ou instrumentais e áreas de realização académica, envolvendo os conceitos de Dislexia, Disortografia, Discalculia e Disgrafia, tal como foram definidos no desenvolvimento teórico prévio a que foi submetida a investigação.
Dos resultados obtidos da aplicação deste guião deverão emergir:
Com vista a alcançar as finalidades a que se propõe esta investigação, a escola em colaboração com a equipa de investigação desencadeará um conjunto alargado de iniciativas entre as quais:
A população alvo deverá emergir das turmas existentes no presente ano lectivo, a frequentar o 1.º, 2.º, 3.º Ciclos (EB), e alunos do ensino secundário (ES) que, nas escolas cooperantes, sejam sinalizados e seleccionados pelos docentes e psicólogos no âmbito desta formação.
De entre estes alunos, formarão o grupo de intervencionados, todos os alunos em que forem diagnosticadas Dificuldades Específicas de Aprendizagem (prevê-se, com base no conhecimento científico actual que possam atingir uma percentagem de 10 a 15% do total de alunos).
A nossa expectativa alarga-se às múltiplas vertentes em que, através do conhecimento adquirido e das práticas implementadas, poderá haver impacto:
1 – Instituição proponente:
Departamento de Formação em Educação Especial da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti)
Rua Gil Vicente, nº 138, 4000-255, Porto
2 – Responsável pelo projecto:
1.ª Professora Doutora Helena dos Anjos Serra Diogo Fernandes docente da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti;
2.ª Investigadora: Ana Serra Fernandes