Os alunos com capacidades excecionais têm de ser orientados e estimulados para desenvolverem maximamente os seus potenciais. Já em 2005, através do Despacho Normativo n.º 50/2005, ficou prevista a diferenciação no currículo e nas estratégias de ensino-aprendizagem a ser definida, individualmente, em um Plano de Desenvolvimento. Mas, em geral, as escolas não sabem como identificar, como planear e efetivar a diferenciação, as atitudes adequadas a assumir, como manter o gosto da criança na aprendizagem e a capacidade de se relacionar e interagir.
À APCS (Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas) chegam inúmeros pedidos de ajuda das famílias que veem os filhos desmotivados e descontentes nas escolas, talvez mesmo a não querer ir às aulas ou a tirar baixos resultados apesar das suas capacidades elevadas.
Em geral, é desconhecido o que passa nas escolas com estes alunos e o que significa o “sofrimento” das crianças e jovens e das suas famílias. Também existe um claro alheamento em relação ao que sentem os seus docentes, inquietados com a sua diferença concretizada em “avidez de saber”, que não podem acolher devidamente.
Temos efetuado “n” encontros científicos donde saem conclusões que são dadas a conhecer à Administração da Educação, a fim de provocar o interesse em mudar o atual estado de coisas.
Para a APCS:
É necessário explicitar e assumir a concretização de uma educação diferenciada, adequada às caraterísticas e necessidades dos alunos com capacidades excecionais.
É urgente fazer implementar respostas educativas para crianças com capacidades e talentos, que sejam realmente de qualidade. Alguns possuem habilidade para lidar com conceitos abstratos, com símbolos e ideias; outros revelam criatividade, originalidade ou manifestam elevada preocupação com questões de justiça social; todos revelam avidez de saber e um estilo diferente de aprender e de fazer.
Para desenvolverem as suas capacidades e talentos e conseguirem um desenvolvimento global salutar, mantendo a motivação, adquirindo hábitos de estudo e de trabalho, necessitam que a escola os envolva devidamente.
O sistema educativo, os gestores, os professores, os pais têm de assumir as questões relativas à motivação e estimulação destas crianças e jovens, nos seus quotidianos escolares. A razão é simples:
Na Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti (ESEPF) é desenvolvido, desde 1995, em parceria com a Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), o Programa SÁBADOS DIFERENTES, no qual crianças com capacidades excecionais têm oportunidade de, através de atividades de enriquecimento orientadas por facilitadores (experts em diferentes domínios) alimentar a sua curiosidade, despertar a sua criatividade, interagir e relacionar-se com outras crianças com caraterísticas equivalentes, em suma, desenvolver-se pessoal e socialmente.
Face às novas responsabilidades educativas das autarquias e às atuais circunstâncias das famílias e escolas, a ESEPF pelo Departamento de Educação Especial e Psicologia, em parceria com a APCS, em 2011-12, passou a oferecer a sua colaboração para, através das Câmaras Municipais, pôr em marcha ações de índole educacional dirigidas às crianças com capacidades excecionais, às respetivas famílias, às escolas que frequentam.
Fá-lo através do Projeto “INVESTIR NA CAPACIDADE” que está em desenvolvimento em parceria com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, com a Câmara Municipal de Leiria, com o Agrupamento de Escolas de Nelas, com o Pólo da APCS em Beja e em Lisboa, sendo dirigido a alunos com capacidades excecionais do 1.º ciclo, dos diferentes agrupamentos dos concelhos e também com instituições particulares situadas na área. Poderá estender-se a outos Agrupamentos (iniciados contactos com o AE de Pedrouços, com o Pelouro da Educação da Câmara Municipal de Penafiel) e decorrem conversações no sentido de se estender a outras Câmaras Municipais.
Coordenação do Projeto:
Colaboração: